A Black Friday, nesta sexta-feira, pode ser uma boa oportunidade para adquirir algo que você quer ou precisa, mas agir por impulso, confiar em preços muito baixos ou clicar em qualquer link enviado pode causar prejuízos e gerar decepção. “Muitas vezes a Black Friday acaba se tornando uma dor de cabeça para o consumidor”, diz o advogado Frederico Glitz, que presta consultoria na área de Direito do Consumidor para empresas que participam da épocas de promoções.
Para evitar essa dor de cabeça, o Bem Paraná selecionou dez dicas dadas por Glitz, pelo Procon (Procuradoria de Defesa do Consumidor) do Paraná e pelo Procon de São Paulo para desviar das armadilhas. De 2018 a 2020, o Procon-PR recebeu 432 reclamações sobre vendas realizadas neste período. No ano passado, o Procon-SP registrou mais de 700 reclamações. Os principais motivos foram atraso ou não entrega do produto, pedido cancelado, mudança de preço, maquiagem de desconto e indisponibilidade do produto.
1 Reflita, avalie e não aja por impulso
Em primeiro lugar, avalie se o produto é realmente necessário e se ele cabe no orçamento. O Procon-PR orienta o consumidor a analisar a atual condição financeira e não comprar nada por impulso, o que evita cair em golpes e perda de dinheiro.
2 Acompanhe a variação dos preços ao longo do tempo
Alguns preços podem parecer atraentes à primeira vista, mas é preciso ficar alerta. Algumas “promoções”, na verdade, são uma redução de preços reajustados nas semanas anteriores. Também é preciso comparar os preços. A recomendação é fazer uma pesquisa em sites especializados.
3 Cuidado com juros, fretes e garantias estendidas
Muitas vezes, ao valor do produto podem acrescidos valores referentes a fretes e seguros desnecessários, alerta o advogado Frederico Glitz. “O consumidor deve avaliar tudo que tem ao redor do preço, a taxa de juros, o frete e outros acessórios, como garantias ou seguros que são embutidos. Há até casos de fretes desnecessários”.
A principal forma de entrada de fraudes eletrônicas são links enviados pelo WhatsApp, pelo Telegram ou pelo e-mail. “As fraudes são projetadas para captar dados do celular ou do computador e para encaminhar para sites falsos”, alerta Frederico Glitz. “Normalmente as promoções não são feitas por WhatsApp ou Telegram, mas nos sites”. Uma dica é olhar o link enviado. “Se não aparecer um nome que faça sentido, com certeza é uma fraude”. Nos sites, é importante checar se aparece o cadeado na barra de endereço. Muitas dessas páginas falsas aceitam apenas pagamentos por pix, o que dificulta o ressarcimento.
5 Confira se a empresa é confiável
É possível checar se uma empresa tem muitas reclamações em sites como o Reclame Aqui https://www.reclameaqui.com.br/
O Procon-SP tem uma lista de empresas que devem ser evitadas https://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php . “O consumidor deve ir atrás e checar a reputação das empresas. Isso permite ver um histórico de como o consumidor é tratado”, diz o advogado Frederico Glitz.
6 Cuidado com preços muito baixos
Preços muito baixos devem ser investigados, alerta Frederico Glitz. Mesmo em sites confiáveis. Segundo ele, já foram registrados problemas técnicos em sites que levaram os consumidores ao erro e o Judiciário deu ganho de causa às empresas. “No caso de um preço muito baixo, a primeira coisa é verificar se é verdade”.
7 Não considere somente as promoções on-line
O Procon-PR lembra que muitas lojas físicas participam da Black Friday e podem apresentar bons preços e boas opções de pagamento. As lojas físicas reduzem o risco de golpes, já que o pagamento é feito na hora.
A orientação do advogado Frederico Glitz é evitar os pagamentos via pix e cartão de crédito. “O pix tem um espaço de tempo muito curto para a pessoa perceber o golpe. Há o risco do impulso e a pessoa não tem muito o que fazer depois. O dinheiro já saiu”, explica. As melhores opções são o boleto ou o cartão de crédito virtual, disponível em vários bancos, que é emitido para apenas uma transação. No caso do boleto, o consumidor deve conferir todos os dados antes de finalizar a operação: nome da empresa, data, CNPJ etc. O pix deve ser utilizado caso o vendedor seja altamente confiável e o consumidor esteja realmente decidido a fazer a compra. O destinatário do pagamento também deve ser conferido.
9 Não descuide da entrega
No caso de atraso na entrega, o consumidor deve entrar em contato diretamente com a empresa e registrar sua demanda. Se não obtiver resposta, pode procurar o Procon.
10 Fique atento ao prazo de arrependimento
O Procon-SP alerta que o Código de Defesa do Consumidor prevê que a devolução do item adquirido deve ser no prazo de sete dias da compra ou da entrega. O consumidor não deve ser cobrado por nenhum valor e, de preferência, deve registrar o pedido de cancelamento por escrito.